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Operadores de telemarketing pedem regulamentação para evitar abusos

Em 30 de junho, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) analisou as condições de trabalho dos operadores de telemarketing. Representantes de sindicatos, do Ministério do Trabalho e do Poder Judiciário, além de pesquisadores, participaram da audiência Pública, destacando a necessidade de regulamentar a profissão de operador de telemarketing e evitar abusos, como a baixa remuneração e o assédio moral.

Aos senadores, os participantes explicaram que os trabalhadores do setor de telemarketing, geralmente muitos jovens em seu primeiro emprego, sofrem problemas de saúde, físicos e emocionais, devido às condições de trabalho que encontram nas empresas. Esses trabalhadores enfrentam pressão diária por resultados, vinculação do pagamento a comissões e metas de desempenho difíceis de serem cumpridas e constante assédio moral.

Para o médico e auditor do trabalho Airton Marinho da Silva, pressão por resultados, locais de trabalho insalubres, controle dos supervisores (até sobre as pausas para ir ao banheiro ou se alimentar) e baixa remuneração são os fatores responsáveis pelo alto índice de afastamentos por doenças. “É um tipo de trabalho que gera riscos a saúde mental, vocal, auditiva e também muscular, devido ao fato de se ficar preso num lugar estreito durante muito tempo em posições desconfortáveis”, argumenta o médico.

Na audiência pública, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telemarketing de Campinas, Vivian dos Santos Queiroz, disse que a definição de um piso salarial nacional e a regulamentação da profissão vão ajudar a combater a situação de abuso. Para o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH, a situação de precariedade é um exemplo dos efeitos negativos da terceirização da mão de obra.

O senador informou que a CDH ainda vai discutir o tema em outra reunião, com a presença dos empresários do setor. A expectativa da categoria é a apresentação de uma proposta para um projeto de lei de regulamentação da profissão de operador de telemarketing. Um projeto em análise no Senado já propõe a jornada de 6 horas para os operadores de telemarketing – a PLS 673/2011 foi aprovada pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA) em novembro de 2014 e aguarda análise de mais duas comissões do Senado.

Fonte: Agência Senado